Expansão urbana de Campo Grande supera crescimento da população e acende alerta sobre planejamento

  • 26/08/2025
(Foto: Reprodução)
Imagens de satélite mostram o crescimento de Campo Grande Campo Grande completa 126 anos em meio a forte expansão urbana. A economia aquecida, a sensação de segurança e os avanços na educação têm atraído moradores. A população já ultrapassa 950 mil pessoas. O crescimento é visível: condomínios de luxo, conjuntos habitacionais e bairros densos se multiplicam. Veja o vídeo acima. Especialistas alertam que a construção civil cresce muito mais rápido que a população. Um estudo do World Resources Institute (WRI) mostra que, nos últimos 30 anos, os imóveis construídos aumentaram quase três vezes mais que os habitantes da cidade. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Esse modelo de crescimento traz debates essenciais sobre o futuro da cidade: desequilíbrio entre construção e população, expansão nas bordas, esvaziamento do centro histórico, verticalização, exclusão social e impactos ambientais. Nesta reportagem, você vai ler sobre: 💨🏗️Expansão urbana acelerada e desequilíbrio com o crescimento populacional 👷‍♂️👷‍♀️Urbanização pelas bordas e esvaziamento do centro histórico 🌆🏬Verticalização no centro e ocupação irregular nas periferias 💰💰Valorização imobiliária das “bordas” e exclusão social 🌳🌳Capital mais arborizada do país, mas com desafios ambientais crescentes Urbanização pelas bordas e abandono do centro Imagens do Google Earth mostram a evolução da cidade entre 1984 e hoje. No início, era visível a vegetação nas bordas da cidade — hoje ocupadas por bairros como Nova Lima, Noroeste, Rita Vieira, Moreninha e Indubrasil. Para a engenheira civil e doutora em Ciências Ambientais Rocheli Carnaval Cavalcanti, Campo Grande tem base planejada, mas expande de forma desigual. A cidade segue um traçado de “tabuleiro de xadrez”, com quadras e avenidas largas, inspirado em cidades brasileiras do século XX, com centro voltado ao comércio, serviços e administração pública. A cidade tem centro comercial, bairros residenciais densos, áreas industriais e periferias em expansão. O desafio, segundo Cavalcanti, é acompanhar o crescimento da população com infraestrutura e serviços públicos suficientes. "Passamos, em 22 anos, de uma densidade demográfica de 62,9 habitantes por km² para 111,11 habitantes por km². Esse aumento reflete a contínua urbanização e expansão da cidade, consolidando Campo Grande como a 17ª capital mais populosa do Brasil", afirma. Cavalcanti avalia que o uso e ocupação do solo, conjunto de regras municipais sobre o que pode ser construído em cada área, impulsiona a verticalização no centro. A partir dos dados, a especialista prevê ao menos 60 novos prédios residenciais até 2031. “A expansão horizontal nos bairros periféricos como Jardim Noroeste, Jardim Los Angeles e Jardim Aeroporto passaram por ocupação intensa, muitas vezes sem infraestrutura adequada. O que traz desafios, pois, algumas regiões periféricas carecem de serviços essenciais como pavimentação, drenagem e transporte público, entre outras, e também não menos importante os vazios urbanos, onde existem áreas com terrenos subutilizados, resultado de parcelamento irregular e falta de planejamento, que dificultam a expansão ordenada da cidade.” O crescimento urbano ocorre principalmente na região norte e noroeste do município, quase alcançando Terenos e avançando em direção a Jaraguari. Mesmo assim, a cidade ainda não pode ser considerada grande. "Se formos pensar na área total do município, continua longe de ser uma grande cidade, cabe bem a colocação de porte médio, ainda com resquícios de cidade do interior, do ponto de vista de distâncias de deslocamento urbano e de questões mais culturais, onde muitas pessoas e famílias ainda são bem conhecidas e também se mantêm a frequência em lugares tradicionais, como a feira central", detalha. Expansão urbana de Campo Grande entre 1984 e 2020. Initial plugin text 💰Centro enfraquecido e valor das bordas Julio Botega, doutor em Arquitetura e Urbanismo (USP), e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), explica que o bairro Nova Lima, por exemplo, na região norte da cidade, tem se tornado o mais populoso conforme o último censo, enquanto a região central perdeu força. Segundo Botega, o centro tem ótima infraestrutura, mas não é aproveitada. A região é monofuncional e comercial, usada com intensidade apenas em horários específicos. Por isso, perdeu sua centralidade. “Era para onde a cidade toda confluía, o comércio e os serviços polarizavam praticamente todo o espaço urbano. O fortalecimento do comércio e serviço eletrônico, bem como as centralidades nos bairros, fizeram com que o Centro perdesse essa força de atração”, explica. Botega sugere que o Centro seja tratado como bairro. “Precisamos adaptar edifícios obsoletos para que pessoas vivam ali e gerem movimento o dia todo. Cobrar aluguéis altíssimos não fará a alta renda voltar”. Em contraste, bairros periféricos ganham valor por oferecerem natureza, exclusividade e acesso fácil de carro. Estar perto do anel viário facilita o deslocamento e conecta com shoppings, parques e rodovias. Estar próximo ao anel viário permite mobilidade rápida para sair da cidade, bem como conecta lugares de interesse dessa classe social, shoppings, tendo parques e a rodovia como articuladores. “As classes de alta renda hoje se localizam e privilegiam áreas nas bordas da cidade, mais próximas à natureza, dependentes do carro, que são características que não existem no centro. As “bordas” estão mais caras que o centro por questões de diferenciação social e o verde, a natureza como mercadoria que agrega valor à área. Vende-se a tranquilidade do que seria um espaço quase rural”, explica. Campo Grande completa 126 anos nesta terça-feira (26) PMCG 🌳Impactos ambientais Viver nas bordas permite mais mobilidade e contato com a natureza, mas também fragiliza o meio ambiente local. A expansão degrada nascentes e corredores ecológicos, afetando fauna, flora e recursos hídricos. “Esta região é frágil ambientalmente, já que possui várias nascentes, áreas de preservação, proteção da fauna e da flora, que tem sido impactados tanto com torres quanto com condomínios horizontais que destroem ou comprometem corredores ecológicos em áreas previstas para terem baixa densidade, como o bairro Chácara dos Poderes”. A cidade atrai novos moradores por sua economia, segurança e educação. Mas especialistas apontam que a infraestrutura urbana não acompanha esse crescimento, prejudicando a qualidade de vida. 🌱Capital mais arborizada do Brasil Apesar dos impactos e do crescimento da urbanização, Campo Grande, é a capital mais arborizada do país, conforme dados da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento aponta que 91,4% dos domicílios da capital estão localizados em vias públicas com pelo menos uma árvore. O estudo analisou características do entorno das moradias, considerando apenas a presença de árvores em áreas públicas, excluindo aquelas em quintais privados. Campo Grande (MS), é a capital mais arborizada do país. Paulo Ramos/PMCG Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

FONTE: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2025/08/26/expansao-urbana-de-campo-grande-supera-crescimento-da-populacao-e-acende-alerta-sobre-planejamento.ghtml


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