'É um desespero': produtor de laranjas teme o futuro da cadeia produtiva no Brasil com taxação de Trump
14/07/2025
(Foto: Reprodução) Produtores temem efeitos na cadeia produtora de laranja com taxação de Trump
O tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode atingir em cheio a produção de laranja no Brasil. Estima-se que o país seja responsável por até metade do suco da fruta que chega às mesas dos americanos.
O Brasil é líder mundial em exportações do setor, sendo responsável por 34% da produção de fruta, 60% da produção de suco e 75% do comércio internacional, de acordo com a CitrusBR - Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos
O Fantástico visitou a plantação de laranjas de Antônio Carlos Simoneti, produtor que vende parte das frutas de sua lavoura para grandes exportadores de suco. Sua reação reflete a preocupação do setor com a possibilidade da taxação. (Veja vídeo acima.)
“É um impacto, é um baque, é um desespero. O que vai acontecer? Desespero para lá e para cá". Mas eu acho que temos que ter cautela, calma e paciência. Os americanos têm a tradição de ter o suco de laranja na mesa no dia a dia”, Simoneti.
Produtor de laranja fala ao Fantástico
Reprodução
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A tarifa de Trump, além de aumentar os preços para o consumidor de fora, pode causar problemas no Brasil, que vão ser sentidos não só pelos empresários exportadores, mas por todos os brasileiros.
“Os efeitos vão ser tanto macro quanto num nível um pouco mais micro, quando a gente pensa no consumidor”, afirma Juliana Inhasz, professora de Economia do Insper.
No caso específico da laranja, a cadeia de produção gera cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos.
“O importador vai ter que absorver um aumento de custo? Uma parte. E nós vamos ter que pegar e absorver algum nível de redução. Mas que vai haver uma redistribuição desses índices para cada um dos atores da cadeia de produção, com certeza isso vai acontecer”, diz o empresário Paulo Pratinha, responsável pela venda de suco para os EUA.
“Num primeiro momento, é óbvio, quem acaba perdendo muito é o pequeno produtor. É aquele cara que tem uma quantidade de terras limitada”, diz Juliana Inhasz, professora de Economia do Insper.
Para o setor de laranja e dezenas de outras indústrias, como as de carne, café, aço, alumínio, resta esperar pela implantação - ou não - da tarifa de 50%. Uma esperança é que as próprias empresas americanas, que importam os produtos brasileiros, pressionem o governo de lá.
“Agora, que a gente tenha um bom desfecho com isso e, se possível, a gente possa brindar com o suco de laranja”, afirma Netto.
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